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Conflito de Interesses? Esposa do Ministro da CGU chefia escritório responsável por acordos de leniência com empreiteiras


Em meio a negociações sobre acordos de leniência relacionados à Operação Lava Jato, a Controladoria-Geral da União (CGU), sob comando do ministro Vinícius Marques de Carvalho, enfrenta questionamentos sobre potenciais conflitos de interesse. Segundo reportagem do “O Estado de S. Paulo”, o escritório de advocacia de Vinícius, agora gerido por sua esposa Marcela Mattiuzzo, mantém vínculos com a Novonor, anteriormente conhecida como Odebrecht.

Desde que assumiu seu posto no governo Lula em 2023, Vinícius se afastou da gestão do VMCA Advogados para evitar conflitos, transferindo o comando para Marcela. Contudo, foi revelado que ele participou de reuniões para renegociação de acordos com a Novonor e outras sete empreiteiras, defendendo que “os acordos não devem comprometer financeiramente as empresas”, uma postura que favorece diretamente os interesses das construtoras.

Em janeiro de 2023, Vinícius solicitou uma licença do escritório, mas posteriormente questionou à Comissão de Ética Pública se poderia continuar recebendo dividendos como “sócio patrimonial”. A Comissão liberou o ministro para receber os lucros, apesar das complexidades éticas envolvidas.

A prática do escritório no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), onde Vinícius foi presidente entre 2012 e 2016, e a ausência de registros de atuação direta no caso de leniência da Novonor na CGU, colocam em xeque a separação de interesses pessoais e públicos. O ministro afirmou ao Estadão que abdicou dos ganhos do escritório enquanto serve ao governo, mas detalhes sobre a divisão dos lucros do escritório permanecem incertos.




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