Saúde

OMS Alerta: Epidemia de dengue na América do Sul pode ser a mais grave da história


A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta nesta quinta-feira (28) sobre a possibilidade de a epidemia de dengue deste ano se tornar a mais severa já registrada. Em coletiva de imprensa, a entidade divulgou dados alarmantes: até 26 de março, as Américas registraram 3,5 milhões de casos de dengue, incluindo mais de mil óbitos. Este número já é três vezes superior ao total de casos notificados no mesmo período do ano passado, que fechou com 4,5 milhões de casos.

Sylvain Aldighieri, diretor do departamento de prevenção, controle e eliminação de doenças da Opas, o braço pan-americano da OMS, enfatizou a gravidade da situação, indicando que 2024 está a caminho de bater recordes de casos da doença em nível regional.

O cenário é particularmente crítico no Brasil, Paraguai e Argentina, que juntos somam 92% dos casos e 87% das mortes relacionadas à dengue nas Américas. A OMS destaca a sazonalidade da doença, com maior transmissão no primeiro semestre do ano, período mais quente e chuvoso, propício à proliferação do Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue.

Jarbas Barbosa, diretor da Opas, apontou que a circulação simultânea de dois ou mais sorotipos do vírus da dengue eleva o risco de epidemias e formas mais severas da doença. Atualmente, quatro sorotipos são conhecidos, e mais de um está presente em ao menos 21 países das Américas.

Barbosa também mencionou desafios adicionais, como a expansão geográfica do Aedes aegypti para regiões anteriormente não afetadas, aumentando o risco para países despreparados para um surto.

Quanto à vacinação, que começou a ser aplicada no Brasil desde fevereiro, Barbosa foi cauteloso, ressaltando que o impacto na transmissão da dengue só será notável após anos de vacinação contínua. A eliminação de criadouros do mosquito permanece como a principal medida de controle.

A OMS também chamou atenção para o papel das mudanças climáticas e fenômenos como o El Niño no aumento dos casos de dengue, além dos desafios impostos pelo crescimento populacional acelerado e a urbanização descontrolada.




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