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Governador de RR diz que a crise que afeta os Yanomamis acontece há décadas da mesma forma

Antonio Denarium afirma que desnutrição não existe só no seu estado e defende que indígenas se aculturem


O governador de Roraima Antonio Denarium (Antonio Oliverio Garcia de Almeida) tem afirmado que este cenário que se está apresentando sobre os Yanomamis não responsabilidade do governo de Roraima. “Foi dada publicidade há um problema que é recorrente há 20 anos”, avalia. “Estão criando um fato que não é de hoje”.

O governo do presidente Lula declarou emergência em saúde pública no último dia 20, após serem divulgadas imagens de indígenas com quadro de desnutrição grave. A comitiva presidencial fez uma visita a Roraima no dia seguinte, o que deu visibilidade à explosão de casos de desnutrição, doenças associadas à fome e malária no território yanomami.

O governador de Roraima afirmou, ainda, que os indígenas deveriam se articular para começar a explorar suas áreas, férteis em minérios, e cita o exemplo dos cassinos instalados em reservas indígenas nos EUA.

“Imagine você desempregado, pobre, passando fome, doente. Dentro da sua casa tem um quadro do Picasso que vale US$ 1 bilhão. O que você faria? Venderia. Aí pega o dinheiro e melhora sua qualidade de vida. Igual aos indígenas americanos”, diz ele, que conta ter visitado locais do tipo em Nova York.

“Os cassinos nos EUA ficam todos dentro de área indígena. Os hotéis de luxo próximos a Nova York ficam todos dentro de área indígena. Os indígenas ganham royalties”, completa.

Para Denarium, o pedaço de terra de Roraima é o mais rico do mundo “tem a tabela periódica inteira” e destaca um projeto de lei que tramita no Congresso para liberar a exploração agropecuária, mineral e hidrelétrica em área indígena, desde que com a concordância das comunidades.

“Quando fala de desnutrição, tem no Brasil inteiro. Se for em São Paulo, tem crianças com desnutrição. E estou falando da população normal, não-indígena. Se for na Bahia, que tem estrada e tudo, eles moram praticamente dentro da cidade. Eu estava vendo reportagem sobre índios Pataxó com desnutrição. Aqui em Roraima, 80% dos indígenas já são aculturados, ou seja, tem um bom convívio e relacionamento com a sociedade“, afirma.

“A Central Única das Favelas (Cufa) está entregando cestas de alimentos aqui. Você vê nas filas, nos vídeos que eles publicam, não tem nenhum desnutrido. Todo mundo bem arrumadinho, tudo certinho. O problema é localizado, não é generalizado”, completa.

O governador contou da conversa com Lula durante a passagem do presidente pelo estado na semana retrasada. Denarium disse ter utilizado esse tempo para dar um mapa dos problemas do estado para a Lula: saúde indígena, garimpo e os cerca de 300 venezuelanos que entram em Roraima por dia, em média.

 




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