O índice global que analisa o estado da liberdade de expressão classificou o Brasil com a classificação “limitado”, o sexto nível entre dez classificações. Países mais abertos estão no nível 1 e os mais fechados, no 10. A lista, lançada nesta quarta-feira, 25, colocou o país ao lado de México, Bolívia, Níger, Gabão, Burkina Faso, Togo, Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Nepal e Malásia.
O sexto nível, descreve o Brasil como tendo uma liberdade de expressão “Limitada”. A primeira posição é designada como “Aberta” e, a última, “Fechada”. À frente do Brasil, aparecem países como Argentina, Honduras, África do Sul, entre outros.
A listagem nomidada de “Index Index” é um projeto piloto que usa técnicas de machine learning (análise de dados) para mapear o cenário da liberdade de expressão em 174 países. A organização Index on Censorship, responsável pelo ranking, explica ter trabalhado com especialistas em machine learning e jornalismo da Liverpool John Moores University (LJMU) para desenvolver o projeto, que permite a checagem sobre onde a liberdade de expressão está mais protegida ou em maior risco no mundo.
O Index on Censorship é uma organização de campanha pela liberdade de expressão , que produz uma revista trimestral de mesmo nome em Londres. É dirigido pela organização sem fins lucrativos Writers and Scholars International, Ltd (WSI) em associação com a instituição de caridade registrada no Reino Unido Index on Censorship (fundada como Writers and Scholars Educational Trust).
Cobrindo um período até o fim de 2021, o projeto piloto atualiza índice com dados de uma variedade de fontes confiáveis incluindo o Índice Mundial de Liberdade de Imprensa (compilado por Repórteres Sem Fronteiras), o projeto de pesquisa Variedades da Democracia (V-Dem), Committee to Protect Jornalistas, Observatório de Jornalistas Assassinados da Unesco, entre outros. “A partir desses conjuntos de dados, 178 variáveis relevantes foram identificadas e incorporadas ao índice”, explica o site do projeto.
Segundo a organização responsável, o Index Index é lançado em um momento de “crescentes ameaças à liberdade de expressão em todos os lugares”. “O poder autoritário se consolidou em países como Belarus, Irã, Arábia Saudita e Mianmar, com líderes da oposição, jornalistas, manifestantes, educadores, artistas e ativistas sendo alvo de censura, prisão, detenção e até ameaças de violência”, analisa o projeto.
Cada país analisado recebeu quatro classificações: um índice geral, bem como classificações para cada liberdade individual: acadêmica, digital e de mídia/imprensa. As classificações mais altas aparecem em maior número em torno da Europa Ocidental e Oceania, enquanto Reino Unido e os EUA figuram como “Parcialmente Abertos”.
A Rússia está no nível 9, como “Fortemente Restrita”, que são locais onde os governos caminham para o aumento de controle acesso ao conteúdo disponível em plataformas online.
No pior desempenho, chamados de “Fechados”, figuram Bahrein, Belarus, Mianmar, China, Cuba, Guiné Equatorial, Eritreia, Essuatíni (Suazilândia), Laos, Nicarágua, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Sudão do Sul, Síria, Turcomenistão, Emirados Árabes Unidos e Iêmen.