Ernesto Araújo é chamado de “bússola para o caos” na CPI da COVID
Por quase sete horas, Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, prestou depoimento à CPI da COVID. A oitiva foi marcada por duras críticas da senadora Kátia Abreu (PP-TO) que acusou o ex-chanceler de ser um “negacionista compulsivo” e o chamou de “bússola para o caos”, além de o acusar de ter “memória seletiva” em seu depoimento à Comissão.
Ao ser questionado sobre as declarações feitas contra a China, quando ainda era ministro, Araújo afirmou que não “criou percalços” no combate à pandemia e que jamais promoveu nenhum atrito contra o país. Ainda afirmou que o Ministério das Relações Exteriores seguiu orientações feitas pelo Ministério da Saúde, sob a chefia do general Eduardo Pazuello à época. Segundo Araújo, o Brasil buscou cloroquina no mercado internacional a pedido do oficial do Exército e do presidente Jair Bolsonaro.
Em outro momento, o ex-ministro afirmou que a escolha do governo federal pela adesão mínima ao consórcio Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi tomada pelo ministério da Saúde. “Nunca fui contrário à adesão. Essa decisão não foi minha, foi decisão do Ministério da Saúde, dentro de sua estratégia de vacinação. Não conheço os fundamentos técnicos”, afirmou Araújo ao ser questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid-19.