Toffoli obstruiu investigações sobre delação de Cabral
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, é suspeito de ter atrapalhado as investigações relativas à delação do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, no caso de venda de decisões judiciais pelo magistrado, segundo publicação da revista Crusoé.
A Polícia Federal (PF) encaminhou ao STF um pedido de abertura de inquérito para investigar supostos repasses ilegais ao ministro Dias Toffoli.
Na delação, Cabral informou que Toffoli teria recebido R$ 3 milhões para alterar voto e mais de R$ 1 milhão para emitir liminar a dois prefeitos fluminenses que apresentaram recursos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a cassação dos mandatos.
Em setembro do ano passado, o magistrado arquivou de uma só vez 12 inquéritos abertos para apurar a denúncia de Cabral, exatamente duas semanas antes de deixar a presidência do STF, os processos foram arquivados com a permissão da Procuradoria-Geral da República (PGR), antes de algum outro ministro assumir a relatoria dos casos, segundo a Crusoé.
“Pode-se afirmar, em tese, que o excelentíssimo Ministro José Antônio Dias Toffoli obstruiu 12 investigações criminais na condição de presidente do Supremo Tribunal Federal, no ano de 2020”, afirma a PF.
Segundo a PF, Toffoli teria arquivado as investigações “em decorrência de ter mantido tratativas espúrias com o colaborador Sérgio Cabral e [por] ser implicado criminalmente em anexo da colaboração premiada na condição de membro do grupo criminoso atuante na venda de decisões judiciais”.