MPF processa Abraham Weintraub por ofensas à universidades
O Ministério Público Federal denunciou o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub por improbidade administrativa após o ex-ministro afirmar que existem “expressivas plantações de maconha em algumas univesidades” em uma entrevista ao canal Jornal da Cidade Online no dia 21 de novembro de 2019.
“Foi criada uma falácia que as universidades federais precisam ter autonomia. Justo, autonomia de pesquisa, ensino… Só que essa autonomia acabou se transfigurando em soberania. Então, o que você tem? Você tem plantações de maconha, mas não são 3 pés de maconha, são plantações extensivas em algumas universidades, a ponto de ter borrifador de agrotóxico, porque orgânico é bom contra a soja, para não ter agroindústria no Brasil, mas na maconha deles eles querem toda a tecnologia que tem à disposição”, disse o ministro à época.
O MPF considerou a fala do ex-ministro um atentado contra princípios da administração pública, como moralidade, honestidade e lealdade às instituições. Afirmou ainda que trata-se de afirmações “dolosamente incorretas” com o propósito de “desacreditar o serviço prestado por essas instituições de ensino” e que se tratam de casos “simplórios, pontuais e isolados”.
“Vê-se, portanto, que a suposição genérica do ministro se deu a partir de casos simplórios, pontuais e isolados de consumo e tráfico de drogas em ambientes universitários. Em todos os casos, a polícia atuou dentro dos campi, ao contrário do que fez crer o requerido” afirma o MPF.
Ao ser questionado sobre essas declarações, Weintraub teria enviado cópias de reportagens sobre descoberta de pés de maconha na UFRGS (dentro do quarto de um aluno), na Unimontes e em área próxima à UnB.
A ação ainda não foi recebida pela Justiça Federal. Caso o ex-ministro seja condenado, poderá perder os direitos políticos e pagará uma multa.