Uma publicação do jornal Folha de S.Paulo informa que a Butanvac , a vacina contra a covid-19 anunciada pelo Instituto Butantan como o primeiro imunizante 100% nacional, na verdade foi desenvolvida nos Estados Unidos, na Faculdade de Medicina Icahn, do Instituto Mount Sinai.
O diretor e professor do departamento de microbiologia do instituto, Peter Palese afirmou que possui acordo com o Butantan.
“Sim, também temos um acordo com o Instituto Butantan para entrar em testes clínicos no Brasil usando nosso vetor de vacina NVD. Também estamos desenvolvendo vacinas para variantes da covid-19 baseadas nas versões sul-africana e brasileira para o Instituto Butantan”, disse Palese.
Dimas Covas foi questionado sobre a origem da pesquisa e da vacina, mas somente afirmou que “o Butantan está fazendo o desenvolvimento integral da vacina a partir de parcerias que temos e com um consórcio internacional”. Covas explicou que o Instituto Mount Sinai foi procurado pelo Butantan somente para fornecer o vetor da vacina.
Covas ainda informou que há “inúmeras parcerias”, mas elas serão anunciadas somente quando os respectivos acordos estiverem firmados: “Os comunicados conjuntos das parecerias serão feitos no momento oportuno por cada instituição do consórcio”.
João Doria (PSDB), afirmou ,nesta sexta-feira, 26, que a vacina é a primeira feita com tecnologia nacional a ser testada em humanos. A tecnologia, no entanto, é norte-americana, inclusive já foi divulgada em duas publicações científicas: na revista EBioMedicine, em novembro, e no periódico Vaccines, em dezembro, ambas em 2020. Palese e outro diretor de pesquisa do Mount Sinai, Adolfo Garcia Sastre, têm a patente do modelo de vacina a partir do vírus da doença de News Castle no registro europeu de patentes desde 2018.
Em nenhum momento Doria ou Dimas Covas mencionaram nenhuma parceria com o hospital Mount Sinai. Ou seja, Doria ocultou a informação sobre a origem de uma vacina já patenteada.
