‘O que fizeram comigo foi pior que o AI-5’, afirma Daniel Silveira
Em sua primeira entrevista após ser detido por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) criticou as ações do magistrado e foi enfático ao afirmar não saber o motivo pelo qual foi preso.
No entendimento do parlamentar, o mandato de prisão em flagrante de Moraes pode ser considerado como uma “fenda jurídica” e comparou a ação da polícia, que chegou “na calada da noite”, com ações da KGB (serviço secreto da União Soviética).
“Eu não sei por que fui conduzido, não sei por que eu fiquei na sede da PF, no presídio, por que eu estou aqui agora com medidas cautelares em mais uma prisão domiciliar escamoteada”, declarou Silveira.
Algumas vezes o deputado afirmou que o país vive em um estado de exceção e declarou que a decisão de Moraes, que foi aceita pelo Plenário do STF e pela Câmara dos Deputados, foi uma prisão política e não jurídica. Ele negou que tenha feito qualquer alusão à volta do AI-5 no vídeo que foi usado como prova para que ele tenha sido preso em flagrante.
“Em momento algum eu fiz alusão a que eu quisesse, por exemplo, um AI-5, até porque o que eles fizeram comigo foi muito pior do que o AI-5, na verdade, muito mais antidemocrático, mas eu não defendi, e mesmo que em uma situação muito hipotética eu defendesse, ainda ia estar abarcado na liberdade de expressão, isso aí não é crime”, afirmou Daniel.
Ele ainda afirmou que ainda não conseguiu retomar totalmente seu trabalho de deputado, já que enfrenta obstáculos para conversar com outros políticos, e informou que acionará cortes internacionais para averiguar as circunstâncias da sua prisão.