PT e PSDB pretendem se unir contra Bolsonaro
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) afirmou em entrevista ao jornal o Estado de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira (22) que está aberto ao diálogo com Lula para derrotar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
“Da minha parte estou aberto a conversar. É necessário. Na minha concepção, é preciso definir quem é o inimigo principal. Se é o Bolsonaro, como a gente ganha dele? E ganhar para fazer o quê? Essas são as duas questões postas”, disse o ex-presidente.
A princípio o tema do diálogo seria a pandemia. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), tem trabalhado para que o partido estabeleça diálogos com “Centrão” para a disputa presidencial de 2022 e defende a aproximação com o PSDB. Alinhado com Wellington Dias, companheiro de partido e governador do Piauí , Costa quer abrir um canal de diálogo de Lula até mesmo com João Doria.
“A aproximação entre PT e PSDB enfrenta resistência da parte “governista” da bancada tucana na Câmara, que é liderada pelo deputado Aécio Neves (MG), mas o diálogo entre deputados dos dois partidos nunca foi tão forte.
“É a primeira vez que temos esse diálogo tão fluido. O objetivo é barrar a escalada autoritária. Precisamos de todos os esforços para impedir a violência que o Bolsonaro tem praticado”, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) ao Estadão.
Esse “flerte” entre os partidos vem desde 2017, quando a “onda conservadora” começou a ganhar força e o discurso anti-PT era frequente por conta da força da Lava Jato na época. Em 02 de dezembro desse mesmo ano, foi realizado o evento “PSDB Esquerda Pra Valer” que tinha como objetivo claro articular estrategicamente a esquerda nacional para o combate ao avanço do conservadorismo no país, e consequentemente enfraquecer o então presidenciável Jair Bolsonaro, reuniu lideranças dos principais partidos de esquerda e contou com a presença de políticos e intelectuais representantes do PSDB, PSB, da REDE, do PV, do PPS, do PDT, do PSOL e do PT.