Justiça

Dallagnol sai em defesa de Fachin


O procurador Deltan Dallagnol afirmou que existem “reais chances de prescrição” nos processos que envolvem o ex-presidente Lula. A declaração veio depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin anular as sentenças proferidas contra o petista. Deltan explicou que na prática, ele se tornou sim elegível mas defendeu a consistência das provas apuradas pela força-tarefa da Operação Lava Jato e alevantou um alerta para os “retrocessos no combate à corrupção”.

“Processos envolvendo o ex-presidente serão retomados em breve em Brasília, mas com reais chances de prescrição. Várias questões serão rediscutidas nos tribunais. Nada disso, contudo, apaga a consistência dos fatos e provas, sobre os quais caberá ao Judiciário a última palavra”, escreveu o procurador no Twitter. Crimes de corrupção, como os de que Lula é acusado, prescrevem em 16 anos. Como o petista tem mais de 70 anos, esse prazo cai pela metade.

Depois de falar sobre a decisão de ontem, Deltan fez um comentário sobre medidas, como o fim da prisão em segunda instância, que, em sua opinião, atacam o legado da Lava Jato:

“Precisamos discutir essas amplas mudanças em curso (e aqui não falo mais do caso concreto) para decidir se queremos ser o país da impunidade e da corrupção, que corre o risco de retroceder vinte anos no combate a esse mal, ou um país democrático em que impere a lei”, escreveu, no Twitter.

Muitos juristas entendem que ao anular as condenações de Lula que tramitaram na 13ª Vara de Curitiba, Edson Fachin conteve danos maiores à operação, pois ministro sabia que os atos de Sergio Moro seriam anulados de qualquer maneira e, muito em breve, na Segunda Turma do STF, hoje presidida por Gilmar Mendes. O grande temor era de que Gilmar poderia pautar a discussão sobre a parcialidade de Moro de surpresa, sem aviso prévio, na sessão de amanhã(9) e que por esse motivo Fachin antecipou a um dos ministros que tomaria uma “medida extrema”. Porém, essa decisão não é o ponto final.




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