Comitiva brasileira vai a Israel em busca de spray anticovid
O presidente Jair Bolsonaro enviou a Israel, neste sábado (6), uma comitiva do governo de 10 membros, chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para viabilizar um acordo que permita testes em brasileiros do spray EXO-CD24. O medicamento ainda está em fase inicial de estudos e foi testado em 30 pacientes israelenses. Na agenda dos representantes brasileiros, estão também protocolos de cooperação científica quanto a tecnologia de drogas e vacinas.
Apesar de não ter eficácia comprovada contra a covid-19, por ainda estar em fase inicial de estudo, o presidente alega que um paciente hospitalizado ou mesmo intubado “não tem o que perder” ao aderir ao spray “milagroso”. Ele informou também que enviará à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de liberação emergencial.
Bolsonaro se comprometeu a divulgar informações sobre a visita a Israel, que envolve também várias frentes de cooperação entre os dois países relacionadas à tecnologia, especialmente no contexto da saúde.
“O objetivo dessa viagem é mais que um intercâmbio. Estamos buscando aqui protocolos, acordos da área de ciência e tecnologia que será muito proveitoso para a questão do momento que vivemos do vírus bem como um legado para o futuro”, apontou Bolsonaro em vídeo postado nas redes sociais.
Compõem a comitiva: o Secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcelo Morales e o o Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, o Secretário Especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten, o assessor especial para assuntos internacionais do Planalto, Filipe Martins, os deputados federais Eduardo Bolsonaro e Hélio Negão. O chefe do executivo acompanhou a partida do avião da Base Aérea de Brasília nesta manhã.
O Secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcelo Morales reforçou que é um acordo de cooperação.
“O objetivo dessa missão é levar nesse acordo de cooperação com Israel toda a área de ciência e tecnologia e da Saúde que nós estamos desenvolvendo no país e em Israel para fazer esse acordo de cooperação em várias áreas do conhecimento, inclusive de medicamentos e também de vacinas que nós estamos desenvolvendo na rede Vírus do Ministério da Ciência e Tecnologia e também do Ministério da Saúde em várias áreas do conhecimento. Esse acordo de cooperação vai ser muito importante para o Brasil porque integra as duas nações em várias áreas do conhecimento para o desenvolvimento de drogas e vacinas”, alegou.
Bolsonaro informou também que há vacinas brasileiras em desenvolvimento e levantou a vantagem de se ter um imunizante nacional. Marcelo Morales esclareceu o panorama das vacinas nacionais, dizendo que das 15 plataformas desenvolvidas, três chegaram a um grau de maturação e permite o início de ensaios clínicos em pacientes provavelmente ainda em abril. “Uma delas já deu entrada na Anvisa. Então, nós temos a possibilidade de fazer também essa interação com as vacinas que estão sendo desenvolvidas em Israel. Qual a vantagem disso? Se tivermos uma mutação no Brasil, nós dominamos a tecnologia, portanto, podemos mudar rapidamente a vacina adaptando a nova mutação. Isso é uma questão de soberania nacional”, afirmou.
O Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, acha que a visita poderá render frutos para as próximas gerações. “É um esforço de cooperação internacional de aproximarmos a nossa academia o Brasil de instituições de renome internacional e para deixar um legado para as próximas gerações de saúde, ciência e tecnologia”, finalizou.
A previsão de retorno da comitiva é na quarta-feira (10) e eles deverão participar de encontro com representantes do Centro de Pesquisa e com o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu.