Maia vê ‘excessos’ do MP na Lava Jato e critica fiscalização ‘frágil’
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o que chamou de “excessos” por parte de alguns procuradores Ministério Público no âmbito da Operação Lava Jato — que, segundo ele, cumpriu um papel positivo no Brasil. O deputado também avaliou como “frágil” o sistema de fiscalização do MP contra seus servidores.
“Acho que a Lava Jato cumpriu um papel histórico positivo, mas, em determinado momento, a ânsia por poder de procuradores e de alguns juízes… Acho que [procuradores e juízes] acabaram gerando um excesso para [sua] perpetuação no poder no cenário nacional brasileiro”, disse Maia em entrevista ao jornal Metrópoles.
O deputado reconheceu que a corrupção no Brasil estava “muito fora de controle” antes da Lava Jato, mas lamentou que procuradores e juízes tenham, na sua avaliação, cometido excessos. Além disso, segundo Maia, a PGR (Procuradoria-Geral da República) e o CNMP (Conselho Nacional do MP) são o sistema de “autocontrole” mais frágil entre as instituições do Judiciário.
“Quando você olha quem vai investigar um procurador, você vê que é sempre uma coisa muito frágil, sem controle”, afirmou o presidente da Câmara. “Eles [procuradores] conseguem um nível de apoio entre si que ninguém é investigado. Quando um tem problemas, você repara: transfere, aposenta, mais até que do que os juízes.”
É difícil [vencer] porque… Quem pode mudar a legislação do MP? É de iniciativa exclusiva do procurador [geral] e do presidente da República. O presidente é o único que pode mandar uma lei, além do próprio procurador. Então ficamos reféns (…). Acho que é uma questão que a gente precisa ter coragem de enfrentar.