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Delegado da PF é o Primeiro Brasileiro Confirmado como Secretário-Geral da Interpol


O delegado da Polícia Federal (PF) Valdecy Urquiza, de 43 anos, foi confirmado nesta terça-feira (5) como o novo secretário-geral da Interpol, tornando-se o primeiro brasileiro a ocupar o cargo na maior organização policial do mundo. A nomeação de Urquiza foi aprovada durante a 92ª Assembleia-Geral da Interpol, realizada em Glasgow, no Reino Unido.

Dos 196 países membros da Interpol, 153 participaram da votação. Valdecy Urquiza recebeu o apoio de 145 nações (96%), com apenas seis votos contrários e duas abstenções. O delegado brasileiro assume o posto do alemão Jürgen Stock, com um mandato inicial de cinco anos, que pode ser renovado. A sede da Interpol, onde Urquiza trabalhará, fica em Lyon, na França.

Ao longo de seus 101 anos de existência, a Interpol teve oito secretários-gerais, com representantes da Áustria, França, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos. Urquiza será o primeiro a liderar o órgão vindo de um país em desenvolvimento, um marco importante para a organização.

O delegado brasileiro destacou que seu mandato será focado no combate global ao abuso infantil on-line, um tema que considera urgente e que requer cooperação internacional. “Um dos temas que mais têm se destacado é justamente a exploração sexual de crianças através da internet”, disse em entrevista ao g1. “E isso exige uma resposta global.”

Urquiza também pretende levar tecnologias de combate ao crime para países em desenvolvimento e aplicar sua experiência da PF para melhorar a gestão da Interpol. “A Polícia Federal consegue alcançar muito com poucos recursos. É um nível de eficiência acima da média, e o comprometimento dos profissionais também é bem acima da média”, afirmou.

Natural de São Luís, no Maranhão, Urquiza entrou na PF em 2004 e construiu uma carreira marcada por operações internacionais. Em 2015, assumiu o escritório nacional da Interpol no Brasil e, em 2018, transferiu-se para a sede na França como diretor-adjunto focado em comunidades vulneráveis e crime organizado. Em 2021, foi eleito vice-presidente das Américas do Comitê-Executivo da Interpol.




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