Lula cobra maior eficiência de ministros em cerimônia sobre acordo de Mariana
Durante a cerimônia de assinatura do novo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Mariana (MG), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um alerta aos seus ministros, enfatizando a necessidade de resultados concretos e duradouros. Lula afirmou que o trabalho só começa agora e que o projeto de reparação deve ter metas claras, com um planejamento que se estende pelos próximos 20 anos, não apenas 20 dias.
“A nossa dor de cabeça começa agora”, declarou Lula, enfatizando que “não é o discurso que faz a obra acontecer, é a qualidade do projeto”. O presidente citou especificamente os ministros André de Paula (Pesca e Aquicultura), Nísia Trindade (Saúde), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Cida Gonçalves (Mulheres), exigindo dedicação e qualidade no atendimento das comunidades afetadas, incluindo pescadores, indígenas e mulheres.
O presidente também nomeou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, como “coordenador” do novo acordo, destacando que o sucesso do projeto depende de uma gestão integrada e responsável. Segundo Lula, a eficácia da atuação ministerial será crucial para garantir que o acordo seja lembrado como um avanço e não como uma promessa não cumprida. “Se a gente não der conta do recado, daqui a 20 meses, aquilo que é festejado como uma conquista do maior acordo já feito vai ser começado a ser cobrado do governo como a pior coisa que já aconteceu”, alertou.
Lula aproveitou o discurso para sublinhar a importância das empresas mudarem sua “cultura” de gestão, destacando que teria sido “muito mais barato” prevenir a tragédia de Mariana do que remediá-la. Para o presidente, a postura de investir em políticas públicas, saúde e educação precisa ser vista como investimento, não como gasto.
“A lição que as mineradoras estão tendo, de que ficaria muito mais barato ter evitado a desgraça, eu espero que sirva de lição para outras centenas de resíduos que as empresas jogam em represas nem sempre tão bem preparadas”, afirmou Lula, ressaltando que o novo acordo deve servir de exemplo para práticas empresariais mais responsáveis e sustentáveis.