Política

Lula afirma que responsabilidade fiscal é “um compromisso do governo” e que “não joga dinheiro fora”


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (3/7) que a responsabilidade fiscal é “um compromisso do governo”. “A gente não joga dinheiro fora”, declarou o petista durante evento no Palácio do Planalto, em meio a dias turbulentos na política cambial.

A declaração ocorre após uma série de reações negativas do mercado às falas de Lula sobre a economia e a autonomia do Banco Central. Nesta quarta, o dólar registrou uma queda de 1,714%, sendo cotado a R$ 5,56. Na véspera, a moeda americana havia fechado em alta de 0,22%, a R$ 5,66, depois de ter atingido R$ 5,70 durante o pregão.

Durante o lançamento do programa de agricultura familiar dentro do Plano Safra 2024/2025, Lula enfatizou:

“Aqui neste governo, a gente aplica o dinheiro que é necessário, a gente gasta aquilo que é necessário, mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso deste governo desde 2003 e a gente manterá ele à risca”.

No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os compromissos do presidente ajudarão a estabilizar o câmbio nos próximos dias. Haddad também ressaltou que o governo não está considerando medidas para conter a alta da moeda norte-americana e que a diretoria do Banco Central (BC) “tem autonomia para atuar quando entender conveniente”. “Não existe outra orientação”, frisou o ministro.

Nos últimos dias, a cotação do dólar tem apresentado sucessivas altas, retomando patamares não vistos desde o último ano da gestão de Jair Bolsonaro (PL). Esses aumentos refletem um sentimento de incerteza do mercado, principalmente em relação à política fiscal, além das críticas de Lula à atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Lula tem endurecido suas críticas à atuação de Campos Neto, especialmente após a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Campos Neto, escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), permanecerá no cargo até o final de 2024.




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