Política

Conselho de Ética adia votação sobre cassação de André Janones pela segunda vez


O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados acatou um pedido de Guilherme Boulos (Psol-SP) e adiou, pela segunda vez, a votação pela cassação do deputado André Janones (Avante-MG). Janones é acusado de praticar “rachadinha” — esquema para desviar parte dos salários de assessores de gabinete.

Segundo o presidente do Conselho, Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA), o adiamento foi solicitado por Boulos, relator do caso, que informou que só conseguiria chegar a Brasília às 18h. A votação foi remarcada para a próxima semana.

Boulos entregou o relatório sobre o caso de “rachadinha” supostamente cometido por Janones em 15 de maio, com parecer pelo arquivamento. Ele argumentou que o relatório não tratava do “mérito se o deputado André Janones cometeu ou não crime” de “rachadinha”, mas sim da “formalidade técnica da existência ou não de jurisprudência” do caso.

No plenário do Conselho de Ética, Boulos justificou que não há justa causa entre os fatos narrados nem quebra de decoro, já que o suposto crime ocorreu em 2019, antes do atual mandato de Janones. Ele também mencionou que a Câmara dos Deputados já tinha esse precedente e que, portanto, não poderia haver “dois pesos e duas medidas”.

O processo por suposta prática de “rachadinha” contra Janones foi iniciado após uma representação do Partido Liberal (PL), que chegou a pedir a cassação do deputado. Servidores do gabinete de Janones acusaram o parlamentar da prática criminosa, e a sigla apresentou áudios do deputado solicitando o repasse de parte dos salários dos funcionários para ajudar a cobrir despesas de campanhas eleitorais. Um inquérito para apurar as denúncias corre no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em uma gravação de uma reunião datada de 2019, Janones menciona que alguns funcionários “receberão um acréscimo salarial e me ajudarão a cobrir as despesas remanescentes da minha campanha para prefeito”.




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