Os vereadores da Câmara Municipal de Campinas votaram pela abertura de uma Comissão Processante (CP) contra a vereadora Paolla Miguel (PT). A decisão, que contou com 24 votos a favor e seis contra, foi motivada após a vereadora destinar verbas públicas para a Festa Bicuda, evento que foi palco de cenas de nudez, simulação de sexo e supostas atividades que incentivam o uso de drogas ilícitas.
Os membros da comissão, escolhidos para conduzir a investigação, são Guida Calixto (PT) como presidente, Gustavo Petta (PC do B) como relator, e Edivaldo Cabelo (PL), completando o grupo. O pedido de criação da CP foi apresentado pelo vereador Nelson Hossri (PSD) na última terça-feira, 16, alegando que a conduta de Paolla Miguel viola tanto o Código de Ética da Câmara quanto a Lei Orgânica do Município.
Durante a sessão na Câmara, Paolla Miguel defendeu sua decisão de destinar recursos à festa, explicando que as verbas foram utilizadas para estrutura física do evento, incluindo instalações como banheiros químicos, logística e montagem de palco. A vereadora afirmou que tanto seu gabinete quanto a Secretaria de Cultura não tinham conhecimento prévio do conteúdo das apresentações. “Evento que já estava organizado pelos seus produtores, que são responsáveis pela curadoria, contratação de artistas e pagamento de cachê”, declarou Miguel.
Em resposta às críticas recebidas pelo evento, Paolla Miguel destacou que tais reações são esperadas em uma sociedade democrática e diversa, indicando que a Secretaria de Cultura notificará os produtores para que possam prestar esclarecimentos e avaliar futuras apresentações.
Em uma publicação nas redes sociais, a vereadora classificou a abertura da CP como “violência política” e reiterou seu compromisso em resistir à perseguição contra seu mandato popular. “Não vamos tolerar essa perseguição ao nosso mandato popular”, enfatizou Miguel, evidenciando a tensão política em torno do caso.
