Política

LIBEROU GERAL: Medo de impeachment faz Lula liberar R$ 2,4 bilhões em emendas para evitar ‘pautas-bombas’


O clima político nos bastidores está carregado com intensas manobras no Congresso Nacional nesta semana. Diante do crescente conflito entre o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o presidente Lula, o medo de um pedido de impeachment se intensifica. Como resposta, o governo Lula liberou R$ 2,4 bilhões em emendas parlamentares para bloquear as chamadas “pautas-bombas”, propostas legislativas que desafiam os planos do Executivo.

No cenário da Câmara dos Deputados, destaca-se a recente aprovação de um projeto que restringe a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) cobrada pelo Ibama. Este projeto agora segue para o Senado, a menos que uma contestação de ao menos 51 deputados o retenha. Paralelamente, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado avançou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que sugere reajustes salariais de 5% a cada cinco anos para o Judiciário, podendo acumular até 35%. Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, alerta para o impacto fiscal significativo dessa PEC.

Em meio a esses desenvolvimentos, Lira, em conflito com o governo, encontrou-se excluído da recente onda de alocações de emendas, após sua crítica pública ao Ministro Alexandre Padilha como “incompetente”. Por outro lado, aliados do governo como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se beneficiaram, com Pacheco garantindo R$ 24 milhões. Embora todos os legisladores tenham direito a tais fundos, o governo exerce controle sobre sua liberação, efetivamente usando-os como moeda de troca.

Nas apostas de distribuição, os Deputados Otto Alencar Filho (PSD-BA) e Castro Neto (PSD-PI) emergiram como os principais beneficiários com R$ 23 milhões e R$ 19 milhões, respectivamente. No Senado, Eduardo Braga (MDB-AM) conseguiu uma quantia significativa de R$ 63 milhões, com outros aliados do governo recebendo entre R$ 26 milhões e R$ 34 milhões.

Essas manobras destacam a dança intrincada entre os ramos executivo e legislativo do Brasil, onde a liberação estratégica de emendas parlamentares permanece uma ferramenta crucial na negociação política.




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