Musk ironiza: “Se defender a liberdade de expressão é ser de ‘extrema direita’, então eu acho que sou”
Elon Musk, bilionário e proprietário da plataforma social X/Twitter, recentemente se envolveu em um debate acalorado sobre liberdade de expressão, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, por acusações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, Alexandre de Moraes. Em um comentário que Musk fez em suas redes sociais, ele ironizou a classificação de valores liberais tradicionais como “extrema direita”, dizendo: “Se maximizar a liberdade de expressão dentro dos limites da lei é considerado ‘extrema direita’, então eu acho que sou 🤣🤣”.
If maximizing free speech within the bounds of the law, a traditionally liberal value, is somehow “far right”, then I guess I am 🤣🤣
— Elon Musk (@elonmusk) April 18, 2024
O contexto dessa declaração se expande ao envolvimento de Musk em uma polêmica internacional. Recentemente, um relatório do Comitê Judiciário do Partido Republicano dos EUA trouxe acusações sérias contra Alexandre de Moraes. Publicado na noite desta quarta-feira (17), o documento acusa Moraes de impor censura a vozes conservadoras no Brasil utilizando a X/Twitter. Segundo o relatório, ordens foram emitidas pelo STF e pelo TSE para que a plataforma suspendesse ou removesse cerca de 150 contas, abrangendo críticos do governo, incluindo políticos, jornalistas e até figuras do entretenimento e religião.
O relatório destaca que essas ações de censura foram especialmente intensas contra opositores do atual governo brasileiro, citando como exemplo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que após as eleições de 2022 foi penalizado por “praticar propaganda irregular” na plataforma de Musk, com mensagens consideradas “falsas ou fora de contexto”.
Além de expor a situação no Brasil, o relatório critica o Departamento de Estado dos EUA por seu silêncio frente aos esforços de censura empreendidos pelo Brasil e outros países, e ressalta que, enquanto no Brasil a censura ocorre por ordens judiciais, nos EUA aconteceriam em reuniões fechadas com ameaças regulatórias.
O subcomitê americano concluiu que o Congresso deve agir para proteger a liberdade de expressão, “agora mais do que nunca”. Este caso reforça a posição controversa de Musk como uma figura central no debate global sobre liberdade de expressão, regulamentação das redes sociais e a intersecção entre tecnologia e política. A saga entre Musk, o governo brasileiro e o judiciário, sem dúvida, adiciona uma nova dimensão ao discurso sobre até que ponto a liberdade de expressão pode ser defendida em um ambiente politicamente carregado.