A defesa da rede social X no Brasil comunicou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre um ofício enviado pelo Comitê de Assuntos Judiciários da Câmara dos Deputados dos EUA. O documento requisita todos os e-mails e ordens judiciais relacionadas à moderação de conteúdo na plataforma, emitidas por Moraes, como parte do inquérito das milícias digitais que investiga o empresário Elon Musk.
O pedido americano especifica a necessidade de informações sobre as práticas de moderação da X Corp, incluindo exclusões, suspensões de contas, e políticas relacionadas a conteúdos falsos ou parte de operações de influência estrangeira.
Na última quinta-feira (11), Musk tornou pública a solicitação em sua conta no X, alegando que as ações da Justiça brasileira “violaram a lei”. Adicionalmente, Musk chamou Moraes de “ditador”, apoiando-se em um vídeo do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), que criticou a situação no Parlamento Europeu.
A equipe da X Brasil, ao responder ao STF, confirmou o cumprimento do pedido americano, mas destacou que os documentos envolvidos estão sob sigilo judicial e solicitou respeito à confidencialidade das informações.
Desde o início de suas críticas, Musk tem denunciado supostas censuras de Moraes, prometendo restabelecer contas desativadas e expor publicamente as ordens do magistrado relativas a essas restrições, geridas através do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A escalada de eventos levou Moraes a incluir Musk no inquérito das milícias digitais e a iniciar uma investigação pela Polícia Federal sobre suas declarações.
A polêmica ganhou força após a revelação dos chamados “Twitter Files”, que expuseram e-mails internos dos advogados da empresa no Brasil detalhando pressões do STF, Congresso e TSE para acessar dados pessoais de usuários críticos aos tribunais e ao processo eleitoral.