A investigação sobre o assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, enfrentou uma luta com a família contra a federalização do caso. Apesar da prisão dos suspeitos, incluindo Rivaldo Barbosa, ex-delegado da Polícia Civil, a família sempre defendeu que o caso fosse conduzido somente pelo Rio de Janeiro. A agora ministra, Anielle Franco, chegou a fazer campanha nas redes sociais contra a federalização do caso.
Em 2019, diante da proposta de federalização pelo então ministro da Justiça, Sérgio Moro, a família de Marielle e o deputado Marcelo Freixo alegaram: “O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro obteve avanços importantes e, por isso, somos favoráveis a que a instituição permaneça responsável pela elucidação caso.” Essa declaração mostrou o desejo de manter as investigações sob a alçada estadual, especialmente diante do que apontavam como uma falta de interesse de Moro.
A viúva de Marielle, Mônica Benício, pontuou preocupação sobre a possibilidade de atrasos nas investigações caso o processo fosse federalizado, uma postura que ecoou as preocupações da família e ganhou o apoio de Rivaldo Barbosa, defendendo a capacidade da Polícia Civil do Rio.
O pedido de federalização, levado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela Procuradoria Geral da República (PGR) em 2020, acabou rejeitado. A decisão foi celebrada pela família, que viu na manutenção das investigações no âmbito estadual uma vitória. “A solução tem de partir do Rio de Janeiro. Foi lá que o crime aconteceu,” afirmou Marinete Silva, mãe de Marielle.