Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), envolvido em um turbilhão de acusações desde fraude até corrupção, receberá uma compensação de R$ 581.400 pelos 420 dias de férias acumuladas, revela o Diário Oficial. Apesar de ter sido afastado por seis anos e até mesmo preso, Brazão não deixou de receber seu salário de R$ 52 mil mensais de 2017 a 2023, período em que foi barrado de suas funções no TCE por ordem judicial. O julgamento de seu caso ainda está em andamento no Superior Tribunal de Justiça.
Brazão, até o momento, é o principal suspeito de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 2018. Seu nome foi trazido à tona na delação do ex-PM Élcio de Queiroz, detido desde 2019. A Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2019 acusou Brazão de tentar sabotar as investigações desse caso. Segundo alegações, ele teria orquestrado o crime por vingança contra Marcelo Freixo, devido às ações de Freixo que culminaram em seu afastamento do TCE-RJ.
A CPI das milícias, liderada por Freixo em 2008, já havia apontado Brazão como um político com influência em áreas controladas por milícias, como Rio das Pedras. Em 2020, a ministra do STJ, Laurita Vaz, levantou a hipótese de vingança como motivo para a ação de Brazão, dada a proximidade de Marielle com Freixo e sua postura contra o MDB.
