Caso Marielle: Supremo Tribunal Federal recebe inquérito sob suspeita de envolvimento de figura com foro privilegiado
Seis anos após o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista Anderson Gomes, o caso ganha um novo capítulo: foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por determinação do ministro Raul Araújo do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Esta movimentação ocorreu após pistas que sugerem a participação de uma figura de alto escalão, com foro privilegiado no STF, no crime ainda não solucionado.
A entrega do inquérito ao STF destaca a complexidade e as possíveis implicações políticas do caso e aguarda a designação de um ministro relator.
As investigações receberam um impulso após a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, identificado como o responsável pelos disparos. A PF no Rio de Janeiro segue investigando, aproveitando inclusive as informações da delação de Élcio Queiroz, apontado como cúmplice de Lessa no assassinato.
O crime ocorreu no centro do Rio de Janeiro em 14 de março de 2018. A transferência do inquérito para o STF levanta a possibilidade de um envolvido com foro privilegiado, embora a PF ainda não tenha confirmado oficialmente os motivos desta mudança.
Ronnie Lessa, já preso, apontou Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), como um dos mandantes, revelação divulgada pelo site Intercept Brasil. Ainda que a delação de Lessa aguarde homologação, e Brazão negue envolvimento, as suspeitas sobre sua motivação, possivelmente vinculadas a vinganças políticas contra Marcelo Freixo, adicionam camadas à este caso.