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Governo Lula negocia com empreiteiras envolvidas em corrupção na Lava Jato, endividadas em R$ 11,7 bilhões


Sete empresas envolvidas no escândalo de corrupção da Lava Jato buscam acordos de leniência, de R$ 11,7 bilhões. Segundo o jornal O Globo, o primeiro encontro dessas corporações com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU), aconteceu na terça-feira (12).

Fontes do Governo Lula apontam para uma disposição em renegociar termos e condições dessas dívidas, um gesto que levanta questionamentos sobre a mensagem que se passa ao mercado e à sociedade. As negociações incluem propostas como a extensão dos prazos de pagamento e a possibilidade de compensar débitos com créditos tributários e precatórios, medidas vistas por alguns como um balão de oxigênio para quem sufoca sob o peso de suas próprias irregularidades.

A tentativa dessas empresas de diluir as multas e buscar uma “requalificação jurídica” das suas infrações, transformando crimes graves em delitos de menor impacto, é um ponto particularmente sensível. Esse aspecto das negociações põe em cheque a seriedade das consequências atribuídas à corrupção, sugerindo uma leniência preocupante com práticas que já causaram profundos danos ao tecido social e econômico do país.

A admissão do governo sobre a fragilidade financeira dessas corporações e a consideração de medidas extremas, como a declaração de inidoneidade pela CGU — que efetivamente as excluiria de futuras licitações —, mostra um quadro de urgência e desespero.

A questão que se levanta é: ao tentar salvar essas empresas da inadimplência e possíveis falências, estaríamos nós, como sociedade, indiretamente endossando um ciclo vicioso de impunidade e má gestão?




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