A “Operação Salus”, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (27), em Maricá, região metropolitana do Rio, mergulha fundo na investigação de possíveis desvios de verbas públicas federais alocadas para a saúde do município. A operação mobilizou cerca de 60 agentes para executar 14 mandados de busca e apreensão em Maricá, Niterói e na capital fluminense, mirando indivíduos e entidades ligados ao esquema.
O estopim da investigação foi um Relatório de Auditoria de Conformidade do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ), que em 2022 apontou graves indícios de ilegalidades na execução de um contrato vigente de fevereiro de 2020 a fevereiro de 2024, celebrado com uma Organização Social de Saúde (OSS). O contrato, inicialmente avaliado em R$ 240 milhões, sofreu um inflacionamento suspeito, alcançando a cifra de mais de R$ 600 milhões, com um prejuízo estimado em ao menos R$ 71 milhões.
A ofensiva da PF visa não apenas a coleta de provas adicionais, mas também interromper a atuação da organização criminosa supostamente formada por funcionários públicos, empresários e intermediários financeiros. Os implicados poderão responder por uma série de crimes, incluindo organização criminosa, peculato, desvio e lavagem de dinheiro.
Em resposta, a Prefeitura de Maricá declarou à imprensa, especificamente ao jornal O Globo, sua plena disposição em colaborar com as investigações para esclarecer quaisquer denúncias que envolvam a administração municipal. Além disso, enfatizou que cumprirá integralmente com o afastamento dos servidores implicados e atenderá prontamente a todos os novos pedidos de informação emanados pelos órgãos de controle.
