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Contador de Lulinha ganhou 250 vezes na loteria e confessa ter trabalhado para membro do PCC, diz Estadão


João Muniz Leite, um contador de 60 anos com laços passados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho Fábio Luis, conhecido como Lulinha, surpreendeu as autoridades ao revelar que ganhou em loterias 250 vezes, acumulando prêmios que totalizam R$ 20 milhões, apenas em 2021 foram 55 vitórias. Estas informações vieram à tona em um depoimento confidencial à polícia, ao qual o jornal Estadão teve acesso.

Com uma longa carreira que incluiu serviços para a família de Lula da Silva e uma estreita relação com Roberto Teixeira, compadre de Lula, Muniz esteve foi citado na Operação Lava Jato, onde depôs perante o então juiz Sérgio Moro, negando quaisquer irregularidades nos recibos relacionados a Lula. O contador também teve um papel importante no universo empresarial de Lulinha, hospedando uma das empresas deste no endereço de seu escritório em São Paulo.

Além das conexões políticas, Muniz teve entre seus clientes figuras polêmicas, incluindo Anselmo Becheli Santa Fausta, um famoso traficante ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), conhecido sob a identidade falsa de Eduardo Camargo de Oliveira. Apesar de alegar desconhecimento das atividades ilícitas de Santa Fausta, Muniz se viu imerso em uma teia de transações suspeitas, com investimentos em criptomoedas e imóveis que levantaram suspeitas de lavagem de dinheiro.

A trama se aprofundou com o assassinato de Santa Fausta em 2021, seguido por uma série de mortes ordenadas pela cúpula do PCC, revelando uma disputa interna sangrenta. Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, apresentado a Muniz como um investidor, foi posteriormente acusado de ser o cérebro por trás do assassinato de Santa Fausta, em meio a alegações de um golpe multimilionário em criptomoedas.

As frequentes vitórias de Muniz nas loterias, segundo ele, foram investidas em imóveis e na ajuda a familiares e funcionários, embora as autoridades suspeitem que esses ganhos pudessem ser uma fachada para “esquentar” dinheiro de origem duvidosa. A investigação revelou transferências de Muniz para empresas ligadas a Santa Fausta, indicando possível envolvimento em crimes de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

O Palácio do Planalto e a defesa de Lulinha buscam distanciar-se das alegações, alegando que “o presidente Lula não tem laço com o contador”. “Ele fez poucas vezes, por intermédio de um escritório, o Imposto de Renda do presidente”, completou a assessoria do presidente da República.




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