Fontes próximas ao presidente confirmam que as palavras de Lula foram calculadas e refletem suas convicções fortes sobre a situação em Gaza, descartando qualquer possibilidade de retratação. “O presidente está convencido de que a ofensiva terrestre em Rafah só agravará a situação para os palestinos”, afirma um ministro ao jornal O Globo.
Informações da ONU apontam para um ataque devastador em Rafah, ameaçando a subsistência na região, em um momento considerado crítico para o conflito no Oriente Médio. A declaração de Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, designando Lula como “persona non grata”, é vista como uma distração dos ataques planejados contra Rafah, enquanto Benjamin Netanyahu é acusado, sem provas, de buscar a unificação da sociedade israelense a qualquer custo.
Em resposta, Israel adotou uma abordagem diferente ao convocar o embaixador brasileiro para um encontro no Museu do Holocausto, em vez do habitual Ministério das Relações Exteriores, intensificando as tensões diplomáticas.
Lula, que estava em Adis Abeba para a cúpula da União Africana, criticou Israel, destacando a necessidade de um Estado Palestino reconhecido pela ONU como chave para a paz na região.
No Itamaraty, o clima é de apreensão, especialmente após a exposição do embaixador Frederico Meyer no Museu do Holocausto, considerada uma reação desproporcional à “declaração desastrosa” de Lula, que, segundo críticos, banalizou o Holocausto, minimizando o sofrimento de milhões durante a Segunda Guerra Mundial.