Ministro de Direitos Humanos desfilou na Vai-Vai, que demonizou policiais
No Carnaval de São Paulo, a escola de samba Vai-Vai gerou muita polêmica com uma ala que retratava policiais como demônios. A polêmica se intensificou com a participação do Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, no desfile. O enredo, intitulado “Capítulo 4, Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano”, incluiu uma alegoria da estátua de Borba Gato, conhecida figura histórica, apresentada de maneira crítica pela escola.
Almeida afirmou ao site UOL que sua participação valoriza o Governo Lula: “Não é que valoriza a festa. Valoriza o governo. Valoriza a política brasileira. Aproxima a política brasileira do povo brasileiro. Acho que não é a gente que presta alguma coisa para o Carnaval, é o Carnaval refunda nossa relação com o Brasil. Me sinto muito honrado”.
A Vai-Vai argumentou que Borba Gato, responsável por atrocidades contra indígenas, representa um capítulo sombrio da história. Silvio Almeida, destacando laços familiares com a escola, valorizou a Vai-Vai como expressão da cultura negra paulistana.
A ala “Sobrevivendo no Inferno”, que equiparou policiais a figuras demoníacas, foi criticada por membros da Frente Parlamentar de Segurança Pública, que viram no ato uma desvalorização das forças policiais. Deputados como Alberto Fraga e Sargento Gonçalves expressaram indignação, sugerindo até rebaixamento da escola por tal representação. Kim Kataguiri, pré-candidato a prefeito, acusou a escola de promover a “bandidolatria”.