Em uma entrevista ao jornal O Globo, Gleisi Hoffmann, presidente do PT, voltou a demonstrar sua inquietação com o cenário político futuro, especialmente em relação à influência contínua de Jair Bolsonaro, mesmo após sua inelegibilidade. “A extrema direita tem um potencial de retorno que não podemos subestimar. Sem adversários fortes no centro e na direita moderada, nossa luta é contra uma direita radical, diferente de uma oposição convencional”, afirmou Hoffmann, destacando a importância de diferenciar as políticas do PT das ‘associadas ao bolsonarismo’.
A estratégia do PT, conforme Hoffmann, envolve manter viva a noção do bolsonarismo como uma ameaça, uma tática que atualmente é a única dinâmica política do partido. Além disso, Hoffmann foi cautelosa ao comentar sobre os ‘sucessos econômicos’ do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, focando nos programas sociais e fortalecimento do Estado na economia.
Na mesma entrevista, Hoffmann reiterou a postura combativa do PT contra a extrema direita, considerando-a quase uma batalha pela manutenção do terreno político. “Se nos calarmos, a extrema direita avança. O confronto é inevitável”, declarou, enfatizando a ausência de lideranças capazes de contrapor essa força fora do espectro da extrema direita.
A decisão do TSE que afastou Bolsonaro da cena política em 2026 é vista como uma armadilha em que o PT agora busca manter a imagem de Bolsonaro ativa, visto que a figura do ex-presidente continua sendo central para a narrativa política do partido. Hoffmann mencionou a necessidade de manter o debate sobre a extrema direita presente, apesar das incertezas sobre quem realmente representa essa corrente no cenário atual.
“Bolsonaro não se emenda e precisa ser contido. Usou a entrevista a um canal de direita português para mentir deliberadamente. Disse que o Judiciário atuou em favor de Lula nas eleições e que o país vive uma ditadura porque os golpistas estão sendo punidos”, disse a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann.
