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PT e base governista não querem CPI da Abin


O deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ) anunciou que retomará a coleta de assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados para investigar a atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sob o governo de Jair Bolsonaro (PL). Alencar iniciou a busca por apoio em outubro, com a deflagração da primeira fase da investigação da Polícia Federal (PF) sobre uma suposta “Abin Paralela”.

A PF realizou 21 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, incluindo o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin. A PF aponta a existência de uma “organização criminosa” que utilizava ferramentas de geolocalização de celulares para monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, sem autorização judicial.

“Na volta do recesso, vamos propor a retomada”, afirmou Alencar. “As denúncias que a PF apura são as mais graves nesse histórico ruim”, destacou, referindo-se a práticas suspeitas na Abin. A proposta da CPI visa apurar “possíveis crimes e outros atos ilícitos” praticados entre 2018 e 2021, com um prazo de 120 dias e uma comissão de 27 integrantes titulares e igual número de suplentes.

Até o momento, a solicitação de CPI conta com 16 assinaturas, incluindo todos os parlamentares do Psol e Rede, além de deputados do PT. No entanto, enfrenta resistência tanto da base do governo quanto de partidos de esquerda. O líder da federação PT, PCdoB e PV, Zeca Dirceu (PR), se posicionou contra a criação do colegiado, alegando que a polícia e a Justiça já conduzem uma investigação eficaz.

A operação, batizada de Vigilância Aproximada, autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, também incluiu medidas cautelares contra sete policiais federais. Em resposta às acusações, Alexandre Ramagem classificou a investigação como uma “salada de narrativas” e um esforço para incriminá-lo. A Abin, procurada para comentar, não emitiu declaração até o momento.




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