Padre Italiano é excomungado após acusar Papa Francisco de ‘usurpador anti-papa’
Durante a homilia de Ano Novo na igreja de São Ranieri, localizada na aldeia toscana de Guasticce, o Padre Ramon Guidetti gerou polêmica ao criticar o Papa Francisco, referindo-se a ele como um “usurpador anti-papa”. Este sermão marcou também o primeiro aniversário da morte do antecessor de Francisco, Bento XVI.
Em um vídeo compartilhado online, com duração superior a 20 minutos, Guidetti mencionou o pontífice argentino pelo seu nome civil, “Sr. Bergoglio”, e o descreveu de forma polêmica como “um maçom jesuíta ligado a potências mundiais”. Além disso, comparou o olhar de Francisco, que classificou como “cadavérico”, com o do “bom Bento”.
As consequências de suas declarações não tardaram. Um documento da diocese, assinado pelo chanceler, esclareceu que o padre cometeu um ato de natureza cismática ao negar submissão ao Sumo Pontífice e comunhão com os membros da Igreja. Guidetti foi suspenso ‘a divinis’, removido do cargo de pároco e proibido de celebrar missas.
Em resposta, Guidetti expressou à Rádio Domina Nostra, programa liderado por Alessandro Minutella (outro padre excomungado por ataques a Francisco), sua surpresa com a rapidez da decisão e afirmou que emolduraria o decreto de excomunhão, considerando-o um motivo de orgulho. Apesar de manter a calma, ele admitiu sentir uma certa amargura pela “cegueira e dureza” da Igreja, que, segundo ele, deveria ser maternal, mas se comporta como tirana.
A nomeação de Francisco em 2013, após a renúncia de Bento XVI, foi bem recebida por progressistas na Igreja, mas enfrentou resistência de setores conservadores. Alguns críticos questionam a validade da nomeação devido às circunstâncias da renúncia de Bento XVI.
Durante um evento no Vaticano para lembrar Bento XVI, no primeiro aniversário de sua morte, não houve discursos cismáticos, mas críticas ao Papa Francisco surgiram. Gerhard Mueller, ex-prefeito para a Doutrina da Fé, salientou que, sob Bento XVI, bênçãos a casais gays jamais seriam permitidas. Questionado sobre um possível distanciamento de Francisco, Mueller comparou o Vaticano não à União Soviética nem a uma monarquia, mas a um lugar onde não há uma única voz decisiva.