O ex-presidente Jair Bolsonaro avaliou que o senador Sergio Moro, seu ex-ministro da Justiça, perdeu apoio do eleitorado de direita após ser flagrado recebendo aconselhamento para não declarar voto a favor de Flávio Dino ao STF. As críticas a Moro se intensificaram depois que ele foi visto em um abraço caloroso com Dino, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo, durante a sabatina.
Segundo o ex-presidente, Moro já enfrentava resistência da esquerda e, agora, parece ter perdido também o apoio da direita. Bolsonaro interpretou a atitude de Moro como uma tentativa de se aproximar do governo para evitar uma possível cassação na Justiça Eleitoral do Paraná, mas considerou a ação ingênua. Ele lembrou uma declaração de Lula de março: “Só vou descansar quando f… o Moro”.
Durante a sabatina de Dino, o fotógrafo Brenno Carvalho capturou imagens das mensagens na tela do celular de Moro. As mensagens, trocadas com o assessor “Mestrão”, alertavam sobre a pressão nas redes sociais e aconselhavam Moro a manter seu voto em segredo. “O coro está comendo nas redes”, dizia uma das mensagens, com Moro respondendo: “Blz. Vou manter meu voto secreto”.
“Mestrão”, identificado como Rafael Travassos Magalhães, é assessor parlamentar de Moro e está citado em um inquérito que investiga rachadinha envolvendo o deputado estadual Ricardo Arruda, do PL paranaense. Apesar das investigações, Moro manteve Magalhães em seu gabinete parlamentar.
