A Polícia Federal revelou um suposto esquema de desvio de produtos químicos envolvendo Renato Cariani, influenciador com mais de sete milhões de seguidores, que supostamente abastecia uma rede criminosa de tráfico de dr0gas internacional liderada pelo PCC. Conforme a PF, o elo entre Cariani e o PCC seria Fábio Spinola Mota, membro da facção, preso na Operação Downfall, que investigou “tráfico internacional e interestadual de drogas”.
Durante a investigação no Paraná, a PF apreendeu cerca de 5,2 toneladas de cocaína e bloqueou bens avaliados em R$ 1 bilhão. Mota e Cariani, juntamente com Roseli Dorth, sócia de Cariani na Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., foram alvos da Operação Hinsberg, mas tiveram pedidos de prisão negados pela Justiça.
A PF suspeita que a Anidrol, controlada por Cariani, desviava produtos químicos legalmente adquiridos para a produção de cocaína e crack. Notas fiscais falsas e depósitos em nome de laranjas eram utilizados para encobrir o esquema. A investigação aponta o desvio de 12 toneladas de produtos como acetona e éter etílico.
De acordo com o delegado Fabrizio Galli, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, as investigações começaram após a Receita Federal detectar um depósito suspeito feito em nome da AstraZeneca, que negou tal operação e relação com a empresa de Cariani.
Análises telemáticas revelaram que Mota, amigo de Cariani, criou um email e um domínio na internet em nome de um funcionário fantasma da AstraZeneca. Galli identifica Mota como responsável pela elaboração dos documentos fraudulentos. A PF estima que o esquema possa ter gerado mais de R$ 6 milhões ao grupo.
A investigação, que abrange o período de 2016 a 2020, deve ter novas fases. Cariani e outros suspeitos poderão ser denunciados por tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro, com penas que podem ultrapassar 35 anos de reclusão.