Após brigas e confusão, deputados aprovam privatização da Sabesp
Após intensos protestos, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, na noite de quarta-feira (6/12), o projeto de privatização da Sabesp, uma das promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A aprovação ocorreu após um tumulto no plenário envolvendo manifestantes e o uso de bombas de gás pela Polícia Militar, e na ausência de deputados de oposição.
O projeto foi aprovado com 62 votos a favor e um contra, da deputada Delegada Graciela (PL). No entanto, deputados do PT, PCdoB, PSol, Rede e PSB se abstiveram de votar, alegando incapacidade de participar devido aos efeitos do gás no plenário. Eles também criticaram a decisão do presidente da Alesp, André do Prado (PL), de prosseguir com a votação.
“Não fui inconsequente em nenhum momento em manter essa decisão”, defendeu André do Prado. A PM interveio para conter manifestantes contrários à privatização, e o líder do governo, Jorge Wilson Xerife do Consumidor (Republicanos), criticou a obstrução do projeto por manifestantes, enquanto a secretária Natália Resende também esteve presente.
A proposta da privatização da Sabesp tramitou rapidamente na Alesp, sendo aprovada em 50 dias. O governo buscava evitar que o debate se prolongasse até 2024, temendo interferências das eleições municipais. Durante a discussão do projeto, houve confrontos entre deputados e protestos no plenário, com manifestantes expressando oposição à desestatização.
Além disso, o avanço do projeto foi impulsionado pela liberação de R$ 73,3 milhões em emendas “extras” pelo governo a deputados da base e da oposição, três dias após o envio do projeto à Alesp. Esse valor representa uma parcela significativa das emendas voluntárias liberadas em 2023 e reflete a demanda dos parlamentares por apoio financeiro do governo.