A Polícia Federal (PF) comunicou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que enfrenta dificuldades para incluir o jornalista Oswaldo Eustáquio na difusão vermelha da Interpol, a lista internacional de pessoas procuradas pela Justiça. O pedido, feito inicialmente por Moraes em junho, ainda não foi atendido até hoje.
Fábio Mertens, coordenador-geral de Cooperação Policial Internacional da PF, informou a Moraes em 18 de setembro que, apesar dos esforços, a inclusão de Eustáquio na lista vermelha ainda não ocorreu. Mertens destacou que a PF tem realizado diversas ações para localizar Eustáquio, foragido desde dezembro de uma ordem de prisão emitida por Moraes.
O delegado da PF explicou que a Interpol geralmente não inclui na difusão vermelha pessoas que solicitaram refúgio ou asilo político, como é o caso de Eustáquio. Ele pediu refúgio ao Paraguai em janeiro e foi autorizado a permanecer no país temporariamente. Apesar de uma tentativa de prisão em março, Eustáquio não foi capturado, e em setembro, o Paraguai negou o status de refugiado ao jornalista, que deixou o país.
Moraes, ao ordenar a prisão e a inclusão de Eustáquio na lista da Interpol, alegou “fortes indícios” de crimes como ameaça e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.
Enquanto Eustáquio não é incluído na lista da Interpol, Moraes tem tomado medidas contra as contas bancárias da filha de 15 anos do militante. Após Eustáquio solicitar doações em nome da filha para evitar bloqueios financeiros impostos pelo ministro, Moraes ordenou o bloqueio de pelo menos duas contas da jovem. Recentemente, a filha de Eustáquio criticou o ministro e abriu uma nova conta bancária, continuando a pedir doações para a família.
