Marcola será transferido após descoberta de planejamento de atentado contra Policiais
A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) se prepara para transferir Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), de sua atual localização na Penitenciária Federal de Brasília para outra unidade de segurança máxima. Detalhes exatos sobre o destino e a data da transferência permanecem confidenciais por razões de segurança, conforme confirmado pela coluna Na Mira/Metrópoles, com base em fontes do governo federal.
Esta ação segue a detecção, pelo setor de inteligência das penitenciárias federais, de um plano em andamento para sequestrar e assassinar policiais penais federais, a fim de negociar a libertação da liderança da facção encarcerada em Brasília.
Uma portaria assinada pelo Secretário Nacional de Políticas Penais, Rafael Velasco Brandini, estabelece novos protocolos para o transporte de presos de “altíssima periculosidade”. Essas operações agora devem ser fundamentadas em relatórios de análise de risco sigilosos e autorizações assinadas por um colegiado de pelo menos três autoridades da Senappen. O objetivo é proteger os servidores envolvidos nas transferências de potenciais perseguições ou ataques.
A portaria define como “presos de altíssima periculosidade” aqueles com alto risco de fuga ou envolvimento em atos hostis contra servidores públicos, autoridades e a segurança pública. Além disso, as autoridades responsáveis por autorizar tais transferências serão designadas aleatoriamente e identificadas por códigos para preservar suas identidades.
A inteligência identificou múltiplos planos do PCC, incluindo um ataque à Penitenciária Federal de Brasília (plano “STF”) e o sequestro de autoridades do Senappen e de seus familiares (plano “STJ”). Uma terceira opção envolveria uma rebelião liderada por Marcola.
A Operação Anjos da Guarda, uma ofensiva significativa lançada em agosto do ano passado, forneceu provas cruciais para investigações da Polícia Federal em colaboração com a Senappen. Essa operação resultou em prisões e buscas em várias localidades, revelando o uso de uma rede ilegal de comunicação entre os líderes da facção e criminosos fora da prisão, muitas vezes facilitada por advogados.
Finalmente, a transferência da liderança do PCC para o Sistema Penitenciário Federal em fevereiro de 2019 ocorreu após a descoberta de um plano de fuga articulado por esses líderes, que na época estavam detidos na Penitenciária Estadual de Presidente Venceslau II.