Procuradoria-Geral da Venezuela abre investigação sobre eleições primárias da oposição
A Procuradoria-Geral da Venezuela iniciou uma investigação criminal nesta quarta-feira, 25, em relação às eleições primárias da oposição ocorridas no último fim de semana, na qual a engenheira industrial Maria Corina Machado foi declarada vencedora com 92,3% dos votos.
“Obviamente, é uma fraude. Quem financiou isso e quem está por trás disso?” indagou o procurador-geral, Tarek Saab, durante uma coletiva de imprensa, enquanto apresentava um vídeo que alegadamente mostrava a contagem incorreta dos votos no domingo, 22.
Essa medida jurídica, que promete investigar “violações eleitorais, crimes financeiros e conspiração,” ecoa as preocupações levantadas pelo governo de Nicolás Maduro desde o dia da votação, questionando a integridade das urnas.
Essa situação pode resultar em uma reversão nas sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos à indústria de petróleo e gás venezuelanos, que haviam sido relaxadas apenas uma semana antes, com uma duração prevista de seis meses. O acordo estava condicionado à garantia de eleições justas e um país livre em 2024. Na semana passada, a Casa Branca ameaçou encerrar a redução das sanções caso os apoiadores de Maduro não suspendessem as proibições que impedem figuras da oposição, incluindo Maria Machado, de ocupar cargos públicos – uma medida que a deixou inelegível por 15 anos.
A comissão organizadora das primárias sustenta que mais de 2,3 milhões de eleitores participaram do processo, o qual foi conduzido sem financiamento estatal e garantem que tudo ocorreu de forma transparente e justa.
Em alguns estados, o número de eleitores superou as expectativas em mais do que o dobro, apesar de desafios como a realocação de locais de votação, filas longas e escassez de gasolina e transporte público em algumas áreas. O concorrente mais próximo de Machado, o ex-deputado Carlos Prosperi, obteve 4,75% dos votos.