Ministros da atual administração do presidente Lula utilizaram aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) 1.574 vezes entre janeiro e setembro, um aumento de 49% em relação ao mesmo período sob Jair Bolsonaro em 2019, que contabilizou 1.053 voos, conforme levantamento da CNN. Esses números não incluem deslocamentos do presidente e vice.
Os destinos são variados, desde localidades no interior do Nordeste, regiões isoladas do Amazonas, até metrópoles como São Paulo, o destino mais frequentemente solicitado pelos ministros.
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, encabeça a lista como o ministro que mais viajou pela FAB. Ele realizou uma média de mais de oito voos por mês, sendo que muitos destes terminaram em uma sexta-feira no Maranhão, seu reduto eleitoral. Em todas as ocasiões, a justificativa para o uso da aeronave foi segurança.
Outro caso que gerou repercussão foi o da ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, que utilizou um avião da FAB para assistir à final da Copa do Brasil em São Paulo. Apesar de alegar estar a serviço, ela enfrentou críticas após postar um vídeo torcendo pelo Flamengo durante o voo. A ministra defende-se dizendo que o deslocamento é permitido por lei.
Márcio França, ministro do Empreendedorismo, da Micro e Pequena Empresa, também está entre os mais frequentes usuários da FAB, com 35 voos realizados. Segundo ele, todos os deslocamentos estavam relacionados a compromissos oficiais.
De acordo com a legislação, membros do primeiro escalão governamental podem solicitar voos da FAB por razões de “serviço”, “segurança” ou “emergência médica”. Para ter acesso à aeronave, é necessário aguardar em uma fila baseada na antiguidade do ministério. Ministros podem levar até 15 convidados no avião, que não necessariamente precisam ser servidores públicos.
