Durante depoimento à CPI do 8 de Janeiro da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o major José Eduardo Natale, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), relatou que forneceu água aos manifestantes no Palácio do Planalto como “estratégia para evitar uma invasão ao gabinete presidencial”.
Natale afirmou: “A partir daquele momento, havia entrado em uma situação de gerenciamento de crises. Assim, comecei o processo de contenção.” Durante os atos em 8 de janeiro, ele era o Supervisor de Segurança Presidencial e tinha responsabilidade sobre os prédios do Executivo.
O major descreveu o cenário caótico: “Permaneci no mezanino do terceiro andar quando ouvi um barulho e observei que a porta do corredor em frente ao gabinete presidencial havia sido arrombada”. Ao ser confrontado por manifestantes exaltados, Natale contou: “Respondi que ali não havia nada, somente água.”
A ação visava acalmar os ânimos e direcioná-los para longe do gabinete real. “Em um esforço de acalmar os ânimos, avaliei que deixar que pegassem a água era razoável para que a situação não se inflamasse”, explicou.
Essa versão, apresentada à CPI, coincide com o depoimento que Natale deu à Polícia Federal em abril. Ele mencionou que, durante a invasão, sentiu medo por sua vida. Após os eventos de janeiro, Natale foi afastado do cargo. Em abril, a CNN exibiu imagens do circuito interno mostrando o general G. Dias, então ministro-chefe, e Natale interagindo amigavelmente com os manifestantes.
