A Polícia Federal (PF) afirmou, em ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que as mensagens adquiridas ilegalmente pelo hacker Walter Delgatti Neto não influenciaram nas investigações da Operação Spoofing. Este esclarecimento veio como resposta ao ministro Dias Toffoli, destacando que “as mensagens ora pleiteadas jamais foram objeto de análise, corte ou filtragem por parte da Polícia Federal, uma vez que se trata do produto do crime de invasão de dispositivo informático”. Alega ainda que “a análise do conteúdo das conversas obtidas a partir da invasão dos dispositivos telemáticos não possui relevância probatório para o crime apurado naquela operação”, segundo o documento obtido pela CNN.
A Operação Spoofing, que tinha como meta acabar com uma rede de crimes cibernéticos, deteve, entre outros, Walter Delgatti, que confessou ter interceptado comunicações de procuradores envolvidos na Operação Lava Jato.
Recentemente, Toffoli invalidou as provas provenientes dos acordos de leniência da Lava Jato, sinalizando uma “recalcitrância” da PF em compartilhar o material com outras entidades governamentais e defensores dos indivíduos sob investigação. Ele insistiu para que a PF apresentasse as mensagens, sublinhando que a falha em fazer isso poderia ser considerada um “crime de desobediência”.
No documento, a PF clarifica que mantém apenas uma cópia de segurança das mensagens, que foram extraídas durante a apreensão de equipamentos pertencentes a Delgatti, no contexto da Operação Spoofing. Esta cópia, que foi adquirida da 10ª Vara Federal da SJDF, serve para cumprir ordens judiciais que autorizam o acesso integral às mensagens interceptadas.
De acordo com a PF, o inquérito da Operação Spoofing já foi concluído, e todas as evidências recolhidas foram enviadas à 10ª Vara Federal da SJDF, não estando mais sob a custódia da PF. A declaração foi assinada por Elias Milhomens de Araújo, o coordenador de Investigações e Operações de Contrainteligência.
