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Servidores da EBC fazem graves denúncias contra o Governo Lula: “Oito meses de governo sem comunicação pública”


Um grupo de servidores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) emitiu uma nota crítica direcionada à administração sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O documento, intitulado “oito meses de governo sem comunicação pública”, repreende as ações do indicado pelo Palácio do Planalto, Hélio Doyle, acusando-o de tomar “decisões de gabinete que afastam a empresa do cumprimento de sua missão pública”.

A nota destaca uma percepção de declínio na EBC, alegando: “Das imensas expectativas, vieram as primeiras grandes frustrações. Desfalcada em recursos, estrutura e pessoas durante o governo bolsonarista, a EBC passou por um redesenho, no qual a comunicação pública foi a principal sacrificada. Mais de duas dezenas de cargos do jornalismo público foram transferidos para o serviço governamental”.

Uma das críticas mais contundentes aponta para a inação de Lula em relação a uma medida provisória estabelecida pelo governo Temer. Essa medida extinguiu o mandato de diretor-presidente e o Conselho Curador, fazendo com que a EBC, segundo os críticos, se transformasse em “apenas um braço governamental”. A nota reivindica: “A participação social na governança, o que caracteriza uma empresa de comunicação pública, não foi retomada. Nem mesmo um instrumento figurativo, como o Comitê Editorial previsto na Lei de Temer, foi instalado”.

A Frente em Defesa da EBC também alega que o governo Lula manteve práticas orçamentárias e jurídicas implementadas durante os mandatos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Segundo eles, esses governos anteriormente enfraqueceram e politicamente cooptaram a EBC.

Respondendo às críticas, Doyle defendeu que as decisões eram resultado da escassez de orçamento e pessoal, não meras “decisões de gabinete”. Ele também se pronunciou sobre a não retomada do Conselho Curador, citando dificuldades políticas e legislativas, e argumentou que as questões levantadas na nota já haviam sido abordadas anteriormente.

Outra denúncia apresentada refere-se ao alegado enfraquecimento do jornalismo público, com dezenas de cargos sendo transferidos para setores governamentais. Mesmo com alguns elogios à separação entre a TV Brasil e o Canal Gov, os críticos apontam que essa divisão foi realizada em detrimento do setor público. Em resposta, Doyle rebate que essa transferência era necessária e que a situação do jornalismo já estava precária antes das mudanças.




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