Divergências entre GDias e General Penteado podem resultar em acareação na CPMI de 8/1
O cenário está montado para uma acareação entre o antigo chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Gonçalves Dias (GDias), e seu ex-auxiliar, o general Carlos José Assumpção Penteado, na CPMI do 8 de Janeiro.
A proposta para a acareação dos dois ex-líderes do GSI foi apresentada à comissão e está prevista para ser discutida nas próximas reuniões. No seu depoimento aa CPMI em 31 de agosto, GDias acusou ter sido guiado erroneamente por “informações divergentes”, supostamente fornecidas pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e pelo próprio general Penteado.
Entretanto, durante seu depoimento na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal na segunda-feira (4), Penteado contra-atacou, afirmando que foi GDias quem falhou na comunicação das informações vitais.
“Eu não recebia as informações. Não tinha como passar informações ao ministro [GDias]. Se os alertas tivessem chegado àqueles que tinham condições de colocar em execução o Plano Escudo, isso teria sido efetivo. A inteligência não chegou a quem devia atuar. Os alertas eram enviados direto ao ministro. Não chegou para nós”, declarou Penteado.
Essa divergência de relatos despertou a atenção do senador Eduardo Girão, do Novo, que elaborou a proposta para a acareação, enfatizando a necessidade imperativa de elucidar as discordâncias apresentadas. No pedido, ele relembra as afirmações de Penteado sobre a falha na ativação do Plano Escudo devido à não disponibilização tempestiva dos relatórios antes da invasão aos prédios dos Três Poderes.
Girão destaca a importância de responder várias perguntas pendentes, incluindo detalhes sobre a transição da antiga para a nova gestão do GSI e o motivo da não elevação do nível de análise de risco naquele período crítico. “Nesse cenário, ressalta-se a necessidade urgente de esclarecimentos e respostas às divergências apontadas”, afirma o senador.