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General Carlos José Assumpção Penteado aponta que GDias omitiu alertas da Abin no dia 8/1


Em uma audiência tensa na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos de 8/1 na Câmara Legislativa do  Distrito Federal (CLDF), o general Carlos José Assumpção Penteado apresentou uma narrativa divergente da do ex-ministro Gonçalves Dias sobre os eventos do dia 8 de Janeiro.

Penteado insinuou que uma gestão mais eficaz das informações de alerta da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por parte de GDias poderia ter resultado em uma resposta mais robusta às manifestações violentas daquele dia. “Ele [GDias] recebeu, desde muito antes, todos os alertas que só ficamos sabendo posteriormente, da Abin […] Tivéssemos recebido as informações, a situação teria sido diferente”, afirmou.

Confrontando uma declaração anterior de GDias, que mencionou uma conversa “tranquila” com Penteado no dia dos eventos, o depoente do dia contrapôs: “Esse horário não me lembro se ele me ligou ou não, mas eu dificilmente diria que estava tudo normal, porque não tinha informações e não estava acompanhando”. Penteado foi mais longe, apontando para uma possível retenção de alertas críticos por parte de GDias que, segundo ele, não foram “disponibilizados oportunamente”, comprometendo a execução do Plano Escudo de proteção ao Palácio do Planalto.

Durante a sessão, também foram trazidos à tona os comentários políticos de Penteado em mídias sociais, que frequentemente criticava o Partido dos Trabalhadores e compartilhava visões de João Figueiredo sobre esforços de esquerda para instaurar um regime comunista no Brasil. Em sua defesa, Penteado argumentou que suas postagens não influenciavam suas responsabilidades profissionais.

Penteado, que serviu sob o comando de GDias e foi posteriormente exonerado e substituído pelo general Ricardo José Nigri, evidenciou a gravidade da violência no dia 8 de Janeiro, embora tenha destacado que a multidão era diversa, contendo tanto manifestantes violentos quanto pacíficos.

“Era uma manifestação muito violenta, [mas] tínhamos de tudo. Tivemos gente que nos agrediu naquele dia, eu fui agredido, mas graças a proteção dos soldados, não fomos atingidos por pedras, extintores, cadeiras e tudo mais”, testemunhou, aludindo à complexidade da situação enfrentada pelas forças de segurança no dia.




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