Os encontros secretos de Lula e Arthur Lira contradizem promessas de transparência
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem intensificado encontros não secretos com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e outras autoridades, visando a reforma ministerial para integrar partidos do Centrão. Essas reuniões, frequentemente realizadas à noite, não aparecem em agendas públicas mas foram identificadas pela imprensa, contradizendo a postura de transparência prometida por Lula durante sua campanha.
Ao desafiar sua promessa de transparência, os encontros têm utilizado estratégias para evitar a cobertura da mídia, incluindo a ausência do tradicional comboio presidencial. Em declarações, Lula havia assegurado que os diálogos com líderes seriam públicos para evitar rumores. “Nunca é bom você viver sob suspeição”, comentou o presidente em entrevista à TV Record.
Entretanto, o discurso contrasta com a realidade, já que a série de encontros em locais como o Palácio da Alvorada e a residência oficial da Câmara têm sido confirmados por assessores. Inclusive, houve um jantar na casa do ministro do STF, Gilmar Mendes, no início de agosto.
Enquanto isso, Lula avalia os futuros líderes dos ministérios, como os deputados André Fufuca e Silvio Costa Filho, cujas indicações já passam de um mês. Algumas das reuniões foram posteriormente descritas como informais, como um churrasco na casa do ministro da Secom, Paulo Pimenta, para discutir estratégias políticas.
Apesar das evidências, o Planalto, a Secom e outras assessorias continuam negando a ocorrência desses encontros sigilosos.