PGR solicita prorrogação de 60 dias para investigar Google e Telegram por campanha contra o PL das Fake News
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma extensão de 60 dias para a Polícia Federal concluir a investigação sobre os diretores do Google e Telegram. Essas empresas são acusadas de supostamente conduzir uma campanha de desinformação contra o projeto de lei conhecido como PL das Fake News, que está em tramitação na Câmara.
A vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, argumenta que há diligências essenciais ainda pendentes, incluindo o depoimento do representante legal do Telegram no Brasil. O pedido de prorrogação agora aguarda análise do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.
O inquérito foi aberto em maio, após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), denunciar uma “ação contundente e abusiva” das plataformas contra o projeto. O PL das Fake News visa estabelecer regras para as empresas de tecnologia no país.
Em maio, durante uma tentativa fracassada de votar o projeto na Câmara, Google e Telegram realizaram uma campanha contra a regulação. O Google incluiu em sua página inicial um link com críticas ao projeto, e o Telegram enviou mensagens aos usuários com informações distorcidas, afirmando, entre outras coisas, que o projeto daria “poderes de censura ao governo”. Ambos os conteúdos foram removidos por determinação de Moraes, e o Telegram também enviou uma retratação.
Em junho, executivos do Google no Brasil foram ouvidos pela Polícia Federal. O presidente da empresa no país, Fábio José Silva Coelho, e o diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas, Marcelo Lacerda, negaram qualquer tentativa de manipulação nos resultados de buscas sobre o projeto de lei. Eles revelaram que o Google investiu R$ 2 milhões em anúncios sobre o projeto, veiculados em jornais e plataformas digitais como Meta (controladora do Facebook e Instagram) e Spotify.