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Desentendimentos internos no PT fazem Lula adiar indicação para PGR


Em meio a uma busca por um candidato forte para o cargo de procurador-geral da República, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugerem atrasar a seleção do sucessor, na esperança de encontrar um substituto para Augusto Aras, atual titular do cargo.

A estratégia é particularmente defendida por aqueles que apoiam a recondução de Aras, mas Lula ainda não está familiarizado com os principais nomes para o posto.

De maneira geral, o PT está incomodado pela associação da imagem de Aras ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e não querem que ele continue à frente do MPF (Ministério Público Federal). Entre os defensores da recondução de Aras estão o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, e líderes do centrão, segundo informações da Folha de SP.

Se a continuação de Aras se mostrar impraticável, devido ao constrangimento causado por sua aliança com o governo Bolsonaro e à resistência dos ministros do STF (Superior Tribunal Federal), que são frequentemente consultados por Lula, uma proposta alternativa seria designar um substituto interino para um teste prévio na liderança da instituição.

Dois nomes surgem entre os petistas: o procurador Antônio Bigonha, que tem o apoio dos membros do PT de São Paulo, e o subprocurador-geral da República, Mario Bonsaglia, respaldado por sindicalistas. Outro nome no jogo é o do vice-procurador-geral Paulo Gonet, apoiado pelos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do STF.

Se a vaga do procurador-geral ficar desocupada, quem assume interinamente é o vice-presidente do conselho, atualmente ocupado por Carlos Frederico Santos, até agosto. Se reconduzido, aliados de Lula defendem que o presidente lhe dê algum tempo na liderança do MPF para avaliar seu desempenho.

Apesar de seus esforços, Aras enfrenta desafios, incluindo seu alinhamento com Bolsonaro e seu papel na atenuação da Lava Jato, o que, embora atraia apoiadores como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também desperta críticas. Mesmo assim, Aras tem tentado ampliar seu número de apoiadores dentro do PT.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, reflete a opinião de outros membros do governo ao afirmar que reconduzir Aras seria um “desastre”. Segundo aliados, Lula analisará com cautela todos os nomes em discussão, lembrando de decepções anteriores com os indicados em governos petistas.




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