Força Aérea Brasileira se posiciona sobre atividades no aeroporto clandestino frequentado por políticos em Brasília
A Força Aérea Brasileira tem conhecimento quanto ao uso de um aeroporto clandestino, particularmente na sequência de uma investigação da Polícia Federal (PF) que visava o deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho. Ele é acusado de receber propinas e foi preso depois que a PF realizou buscas em sua casa e escritório. No mesmo dia, o deputado embarcou em um jato privado em uma pista clandestina, evitando assim a rigorosa fiscalização do Aeroporto Internacional de Brasília, segundo publicação da revista online Crusoé.
A pista de pouso não oficial é um local favorito para figuras de poder que desejam evitar o público e a burocracia da Polícia Federal. Bezerra Filho chegou ao local com a família, onde embarcou em um Embraer Phenom 100, de propriedade de um empresário do setor de energia. Bezerra Filho serviu como Ministro de Minas e Energia de maio de 2016 a abril de 2018.
O terminal não oficial oferece discrição e privacidade, o que atrai muitos políticos e grandes empresários. Sem pagar taxas aeroportuárias e sem enfrentar inspeções de segurança, os usuários podem transportar o que quiserem. Ainda, nem os veículos que entram e saem do local são revistados.
A Força Aérea Brasileira informou que é incapaz de supervisionar a movimentação no terminal devido à sua condição irregular. A legislação atual não permite intervenção em aeródromos, como são classificados aeroportos particulares destinados a voos executivos.
A história da pista clandestina remonta aos anos 1980. Construída por fazendeiros para uso pessoal, a pista logo atraiu interesse de terceiros. Ao ver o potencial lucrativo, os fazendeiros venderam lotes para a construção de hangares.
O governo de Brasília anunciou a intenção de legalizar e operar o aeroporto por meio de uma parceria público-privada. Enquanto isso, o terminal continua a ser um ponto de partida e chegada popular para políticos, empresários e suas famílias.