Barroso determina que CPMI explique quebra de sigilos de Silvinei Vasques
O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, estabeleceu um prazo de 48 horas para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro explicar os motivos que levaram a solicitar a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O mandado de segurança chegou ao STF na sexta-feira (14), com o objetivo de barrar a medida. Barroso determinou que somente após as explicações da comissão a questão seria analisada, devido à natureza urgente do caso.
Vasques foi convocado para prestar esclarecimentos sobre as operações realizadas pela PRF durante e após as eleições de 2022. Segundo membros da bancada governista, a PRF, sob a liderança de Vasques, conduziu operações de trânsito no Nordeste com a intenção de afetar a votação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cujas pesquisas indicavam a liderança na região. Durante seu depoimento, Vasques se defendeu dizendo: “Falou-se também que se encaminhou ao Nordeste brasileiro a maior quantidade de recursos para a operação. Seria natural, porque lá se tem o maior efetivo. Mas não é verdade, o Nordeste ficou em terceiro lugar na média nacional do repasse de recursos”.
Ele também rechaçou as alegações de negligência dos agentes durante as manifestações de caminhoneiros que ocorreram após a vitória de Lula, declarando que “Grande parte dos nossos policiais eram eleitores do presidente Lula. Não tem como parar 13 mil policiais sem uma conversa por WhatsApp, Telegram, sem um e-mail enviado. Nenhum participou ou ouviu alguma coisa.”
Os advogados de Vasques, por sua vez, recorreram ao STF alegando que o ex-diretor da PRF “não tem nada a esconder”. No entanto, insistiram que a solicitação para a quebra de sigilo foi feita sem o devido debate sobre o assunto, caracterizando uma “violência à Constituição”.