CPI do 8 de Janeiro aprova acesso a planos de voo de Lula e a imagens de segurança do Ministério da Justiça
Em uma falha notória da base governista, a CPI do 8 de janeiro decidiu na terça-feira (11) permitir que a comissão tivesse acesso aos planos de voo do presidente Lula (PT) durante o final de semana em que ocorreram atos de vandalismo. A comissão também obterá acesso a imagens das câmeras de segurança do Ministério da Justiça.
A aprovação, sem a contabilização dos votos e a descrição detalhada dos pedidos, abrangeu cerca de 100 solicitações antes do testemunho do ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid. A análise dos planos de voo de Lula faz parte da tática da oposição para comprovar a acusação de que o atual presidente permitiu a invasão das sedes dos três Poderes para desacreditar Bolsonaro. No dia 8 de janeiro, Lula viajou para Araraquara, no interior de São Paulo, para supervisionar as operações de resgate após fortes chuvas na região, ação esta que não é comum em seu histórico.
A oposição argumentou que os parlamentares não tinham pleno conhecimento do que estava sendo decidido devido à falta de publicação antecipada da pauta. Apesar dessas reclamações, o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), mediou um acordo entre as partes para remover todas as solicitações de convocação ou convite da lista, prosseguindo com a aprovação do restante da pauta.
Ao constatar que a base do governo Lula havia inadvertidamente apoiado as solicitações da oposição, a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), fez um apelo para que o presidente da comissão reconsiderasse a decisão, mas o pedido foi negado.
“Realizamos uma votação por acordo. Reitero o que disse antes: esta presidência não atuará como consultoria parlamentar”, respondeu Maia.
Maia alegou que seria “impossível” anular o que já havia sido aprovado e anunciou que a próxima pauta, incluindo futuras solicitações de convocação e convite, será determinada por uma comissão composta por seis parlamentares, representando tanto a base quanto a oposição.